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Um laboratório busca nas origens do fascismo elementos para entender a extrema direita atual

Durante dois anos (2023 e 2024), dirigentes estaduais do PSOL do Rio Grande do Sul, advogados e jornalistas de esquerda se debruçaram sobre o conflito entre Neofascismo e Democracia. O Grupo Laboratório adotou uma metodologia peculiar para estudar o tema. Um processo que teve como objetivo elucidar o que no passado ajuda a entender a inquietante atualidade.

Os integrantes do grupo analisaram o que sete autores disseram sobre o fenômeno original que se configurou há aproximadamente um século, primeiro na Itália, e depois em vários países. Foram eles: a advogada, ativista e parlamentar comunista alemã, Clara Zetkin, o intelectual italiano e dirigente do PCI, Antônio Gramsci, o jurista soviético Evgeni Pachukanis, o sociólogo húngaro Karl Polanyi, o líder ucraniano da Revolução Russa, teórico marxista e organizador do Exército Vermelho, Leon Trotsky, o filósofo alemão Theodor Adorno e a filósofa e economista italiana Clara Mattei, esta a única contemporânea entre os pensadores e agentes políticos (re) visitados.

Conseguimos sistematizar algumas ideias que podem contribuir para avanços teóricos em um contexto de impasses e dúvidas que perturbam as forças progressistas

Cada elaboração rendeu um ensaio. Um livro deve reunir os sete textos. O projeto é debatido com uma editora e poderá receber aprovação no primeiro trimestre de 2025. As categorias e as linhas de raciocínio utilizadas por cada um dos intelectuais, que propiciaram as reflexões, abriram caminhos para a formulação de hipóteses acerca dos rumos possíveis do embate entre a esquerda e a extrema direita no Brasil.

O modelo instaurado com a ditadura militar estabeleceu bases para o crescimento da ideologia ultrarreacionária? Uma frente única de social-democratas e revolucionários socialistas se faz necessária? Será possível a luta pela hegemonia a partir de um programa comum? A mentalidade autoritária sempre estará presente em segmentos amplos da nação? O bolsonarismo preserva a essência do nazifascismo? Evidentemente, nenhum dos membros do grupo tem a pretensão de encontrar respostas definitivas para estas e outras questões.

No entanto, acreditamos que conseguimos sistematizar algumas ideias que podem contribuir para avanços teóricos em um contexto de impasses e dúvidas que perturbam as forças progressistas. Há, por certo, elementos importantes na crise vivida pela humanidade na primeira metade do Século XX que ressurgiram agora, em formas muito diferentes. Os sete ensaios vão estabelecer nexos – em maior ou menor grau – daqueles fatores com a realidade deste milênio em que até mesmo a salvação do planeta como lugar habitável está em jogo.